Fique

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Ele desce as escadas tranquilo,
Com seus cabelos ao vento.
Abre a porta sorrindo e toca minhas mãos,
Como na primeira vez.
Assim tão de mansinho você veio até mim,
Como uma folha leve que cai da árvore.

Sua risada é tão boa de ouvir.
Não me canso da sua boca macia,
Da tua voz gostosa, leve e suave.
Você é único, calmaria e vulcão.
Você é o sol depois da tempestade.
Que sorte a minha te ter!

Um só corpo a rolar na cama.
Tenha-me crua, livre e sua.
Tudo a nossa volta é amor.
De repente amanheceu e eu nem notei.

Adoro te ver dormir
E acordar todo manhoso.
Ver teus olhos sorrindo para mim,
Seguido de um beijo de bom dia.

Ainda é cedo, amor.
Amar da medo, eu sei.
Você pode ir se desejar,
Mas lhe peço que fique.
Estarei aqui, nua e completamente tua.

Uni-vos

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Eles querem me casar com um homem rico,
E querem que eu seja obediente e comportada.
“Homem prefere mulheres de cabelo comprido!”
“Tenha filhos e seja uma mãe dedicada”

Mas agora eu vou falar!

Eu não nasci pra agradar macho
Sou dona do meu próprio destino.
Cansei de ouvir esculacho!
É difícil ser mulher em um mundo de cretinos.

Diz ser homem com a maior firmeza,
Mas tem nojo de chupar buceta.
Não me peça para ser uma das tuas ninfetas,
Mulher não é só corpo e beleza!

Não me interrompe e vê se aprende a ouvir!
O teu fiu-fiu eu não quero escutar.
Quero ter a liberdade de poder sair
Sem ter medo de voltar.

Hoje eu rezo por todas nós
E pelo fim de tantas mortes.
Um passo de cada vez
Juntas seremos mais fortes.

Erguer-nos enquanto subimos

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A passos largos e sempre atenta
Sigo aflita e preocupada.
O número de feminicídio só aumenta.
Chega de viver submissa e humilhada!

Quero poder voar e me sentir livre.
Quero me vestir de liberdade.
Pois é assim que se vive
Em busca de mais igualdade

Não quero ser  tua
E nem de ninguém
Eu quero ser pra mim

Procura pagar a pensão,
Se não você vai pro xadrez!
A minha cor preferida não é rosa!
Vê se aprende de uma vez
A forma como uma mulher goza!

Eu não me calo!
Não gostou da minha roupa?
Aproveita e pega o seu falo
E enfia na boca.

Sujeita às incertezas do acaso

I
Vejo que você continua aqui,
Mesmo depois de ter ido embora.
Permita-se estar, já que veio.

II
Deite-se em meu regaço.
Deixe-me rir da sua cara amassada,
Pegar-lhe a mão e sumir pela estrada.

III
Dói-me te ver assim,
Cansado de tudo.
O silêncio gritava por toda parte
E chorar foi o que restou.

IV
Brisa boa essa que passou aqui,
Tem cheiro de quietude na alma.
Como a alegria de uma flor
Ao receber seus primeiros raios de sol pela manhã.

V
O passado nunca quer ser esquecido,
Ele tenta de todas as formas ser lembrado.
A forma como lidamos com ele muda a visão do presente.
E mais uma vez depois de muitas idas e vindas: você

VI
Que belas árvores a me rodear!
Ter enfim a leveza de poder sentir o vento
Passear pela minha nuca.

VII
Por alguns minutos me vi ser plateia no meio de uma guerra.
Presenciei de perto: luta, falta de caráter e perspectivas.
Dia de muito aprendizado e pavor.

VIII
A maior prova de amor próprio
É nunca desistir de si mesmo.
Só quem escreve sabe o real valor da escrita.

IX
Um passo de cada vez.
Ver essa grande abóboda celeste
E o tamanho da sua imensidão me enche de esperanças.
O universo me acolhe em seus braços
E tudo em minha volta é paz.

X
Gratidão.